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sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Exílio, 5º lugar no 25º Concurso de Poesias Augusto dos Anjos

Apresentação no dia 11 de novembro de 2016, no Museu Espaço dos Anjos, em Leopoldina, MG.

5º lugar – Poesia

EXÍLIO

Autor: Antônio Roberto de Carvalho (São Paulo/SP)
Pseudônimo: Faroleiro
Intérprete: Amanda Ferraz

Meus olhos são faróis sempre voltados
para o horizonte, além daqueles dunas
onde sombras de seres exilados
                                   navegam em escunas.

Incautos, seguem sobre a rebeldia
do mar que os arremessa a canto algum,
rompendo os laços do que foi um dia
                        o lar de cada um.

Ancoradouros de esperanças mortas,
dilaceradas pela intolerância
que abre do inferno as insondáveis portas
                        com as chaves da ganância.

Subjugados pelos dissabores,
vagam a esmo, a espreitar o entorno,
velando o fel das incontidas dores
                        de não haver retorno.

A mão que mata não semeia flores,
nem se comove com a desgraça alheia;
promove guerras, patrocina horrores...
                        Com que se banqueteia.

Houve um tempo de risos e certezas;
de pessoas vivendo em liberdade,
mas os pilares dessas fortalezas
                        não eram de verdade.

Resta o consolo de saber que a vida
não é somente um manancial de dor;
que há de vencer a fúria genocida
                        o fraternal amor! 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Clandestino, poesia finalista no XXV Concurso de Poesias Augusto dos Anjos

Apresentação no Museu Espaço dos Anjos, em Leopoldina, MG, dia 11 de novembro de 2016

CLANDESTINO

Autora: Zenilde Rodrigues Soares (Belém/PA)
Pseudônimo: Icamiaba
Intérprete: Amanda Ferraz

Muito antes da tua chegada
Tu já estás aqui comigo
Porque sei de tuas vindas
Ainda que calada
Seja a tua boca.

Sei do teu estro desgovernado
Amarrado
Nas linhas das minhas mãos

Teu corpo suado sobre o meu coração.

Amor de era e de hora
Amor de agora
Da ternura fugaz e itinerante

Retirante das candentes madrugadas.

Tua fome me consome
Com a volúpia indomada dos navegantes
Seca a fonte do meu cio
Represado em mananciais de solidões.

Depois abandonas a tua pele
No remanso sonolento da luxúria
E partes silencioso
Enquanto o prazer não cessa de doer
Em mim.

Tu foges para paisagens de esquecimento
Deixando apenas as marcas das tuas pegadas

Gravadas em silêncios fatiados.