terça-feira, 2 de novembro de 2010

Poeta de São Fidélis vence o Concurso Nacional de Poesias Augusto dos Anjos


Apesar da forte chuva que caiu em Leopoldina na noite de sábado (30), foi realizada a 19ª edição do Concurso Nacional de Poesias Augusto dos Anjos. A chuva de granizo obrigou os organizadores a transferirem o local da apresentação dos jardins para a gibiteca da Casa de Leitura Lya Muller Botelho. Em virtude dessa alteração, não foi possível a apresentação musical do Grupo Antique e de Simone Rubim.

O evento contou com a presença do Prefeito Bené Guedes, dos secretários Gilberto de Oliveira Tony (Cultura, Esportes, Lazer e Turismo), Sérgio Luís Batista Lupatini (Governo), Valéria Equi Benatti Bártoli (Assistência Social), Darcy Luís Vasconcelos de Resende (Habitação e Meio Ambiente), Rosângela Moreira Lima Costa e Zazaia Rezende – Coordenadoras do Concurso, Dr.Ronald Alvim Barbosa – Presidente da Academia Leopoldinense de Letras e Artes, os vereadores Daniel Werneck da Paixão e Waldair Barbosa Costa, diretores e professores das escolas do município, agentes culturais, entre outros convidados.

Inicialmente, o jovem Wesley Augusto da Silva, aluno do 7º ano do Ensino Fundamental da Escola Judith Lintz Guedes Machado, apresentou a poesia “Versos de mineiro”, 1º lugar do Concurso de Poesias e Contos “Redescobrindo Machado de Assis e Augusto dos Anjos”, promovido pela escola, e foi muito aplaudido pelo público presente.

Em seguida, o escritor Alexei Bueno, o grande homenageado nesta edição do concurso, fez uma rápida explanação sobre a importância de Augusto dos Anjos na literatura mundial. Disse que já conhecia Leopoldina, pois participou das solenidades em comemoração ao centenário de Augusto dos Anjos. “Esse concurso é um marco e uma honra para Augusto dos Anjos, este poeta que nós todos veneramos”, frisou. 

Alexei Bueno falou sobre as características da obra de Augusto dos Anjos e chegou a declamar alguns de seus poemas. Ao final, alertou que o município deve buscar o tombamento estadual da casa e do túmulo do poeta. “A casa já foi tombada pelo município, mas esse tipo de tombamento é fragílimo. Um tombamento pelo IEPHA garantiria a conservação da casa que merecia um tombamento federal”, salientou.

Ao final de sua explanação, Alexei Bueno recebeu das mãos do Prefeito Bené Guedes uma placa como homenagem pela sua participação do concurso e por sua atuação como conhecedor e defensor da memória de Augusto dos Anjos. Em suas palavras, o prefeito agradeceu ao escritor por sua presença no município e por sua preocupação com o patrimônio histórico da cidade, notadamente no que se refere a Augusto dos Anjos. Bené Guedes reafirmou o compromisso de seu governo de continuar investindo na cultura e anunciou para breve o início da restauração da Casa de Augusto dos Anjos. 

Em seguida, foram apresentadas as dez poesias finalistas do concurso que foram avaliadas por uma banca de jurados composta por: Professor Luiz de Melo Sobrinho, Glória Barroso e Elias Fajardo Fonseca – representando a Academia Leopoldinense de Letras e Artes, Professora Doutora Beatriz Bento – Socióloga e autora do projeto para a instalação da UEMG em Leopoldina e Gláucia Maria Nascimento Costa de Oliveira, Professora das Faculdades Integradas de Cataguases.

Ao final das apresentações foi divulgado o seguinte resultado: 3º lugar – Semântica, autoria de Edson Luiz Sneider, de Araçatuba – SP. O prêmio foi entregue pelo Dr. Ronald Alvim Barbosa às mãos da intérprete Débora; 2º lugar – Página Virada, autoria de Reginaldo Costa de Albuquerque de Campo Grande – MS. O prêmio foi entregue pelo vereador Daniel Werneck da Paixão às mãos do intérprete Fabrício Manca; Melhor Intérprete – Cláudio Manoel Valente Machado, da cidade de São Fidélis - RJ, que recebeu seu prêmio das mãos do Prefeito Bené Guedes; 1º lugar – O caramelo do Bar Orion, de Cláudio Manoel Valente Machado, de São Fidélis. O prêmio foi entregue pelo escritor Alexei Bueno. 

O grande vencedor do concurso, Cláudio Manoel afirmou que era a primeira vez que participava desse concurso e salientou que é sempre gostoso estar em contato com a poesia. “Foi uma festa bonita e a poesia tem de fazer parte do nosso dia-a-dia”, afirmou Cláudio, anunciando que participará das próximas edições do concurso. 

Alexei Bueno enalteceu a qualidade dos poemas apresentados. “É difícil o julgamento dos jurados, pois os estilos eram muito diversos. Não é fácil comparar poemas de estilos e temáticas tão diferentes. Isso mostra que a poesia está sempre viva no Brasil, mesmo que um pouco subterrânea”, concluiu.